Um grupo de alunos é aplaudido de pé ao menos três vezes por semana porque apresenta na escola um verdadeiro show de notas (musicais). O resultado das aulas foi avaliado até em São Paulo, onde a Dom Óton Mota Marching Band, a banda do Colégio Dom Óton Mota, em Santa Cruz, foi diplomada campeã sulamericana na categoria Drum Corps (de banda americana).
O estilo, que viajou da terra de Obama e desembarcou no colégio do bairro, em 2005, aposentou a então banda marcial (mais tradicional) dos desfiles cívicos onde tocava. E pôs na ativa o novo modelo, que consiste em apresentações onde os músicos interagem com o público e com o corpo coreográfico, também integrante do grupo.
- Quisemos deixar o estilo tradicional, que estava caindo em desuso e não motivava mais o público, não criava mais empatia com ele. Hoje o público espera as nossas surpresas. E a procura por interessados em fazer parte da banda aumentou em 40% desde 2006 - diz o maestro Rogério Moreno, de 34 anos.
Segundo ele, Drum Corps é voltado para um público específico, que quer assistir a um show de música e de dança.
O Campeonato Sulamericano de Bandas ocorreu entre os dias 27 de abril e 1 de maio e foi realizado pela World Association of Marching Show Bands (WAMSB), em parceria com a Prefeitura da Estância de Atibaia (SP).
Ensaios semanais são atrativo para novatos
Um casal de dançarinos da banda: ensaios são aplaudidos no ginásio
A sinfonia musical - e também corporal - vinda dos 80 integrantes da Dom Óton Mota Marching Band logo atrai os curiosos que passeiam nos arredores do ginásio, instalado no mesmo terreno onde fica o Colégio Dom Óton Mota e a Faculdade Machado de Assis (Fama), onde ocorrem os ensaios.
Comprometidos com o trabalho, os alunos brasileiros estão lá todas as terças, quintas e sábados (e esporadicamente aos domingos), das 15h às 18h. São jovens com idades entre 11 e 25 anos, sendo 60 ritmistas e 20 dançarinos.
- Uma banda como essa não pode tocar em qualquer espaço. Só em quadra ou campo de futebol porque essa é uma banda que toca para arquibancadas. Isso devido à interação entre os componentes e porque os instrumentos são voltados para cima - diz o maestro Rogério Moreno, lembrando que qualquer um pode integrar a banda, (aluno ou não da escola). É só ter mais de 11 anos.
Música brasileira com jeito forasteiro
Alguns dos 20 integrantes do corpo de baile, como Vanessa Reis, que conheceu Diego nos ensaios e teve Lorena
O modelo americano da Dom Óton Mota Marching Band não exerce influência na musicalidade brasileira. Classificada no estilo música popular, a banda toca e dança conforme o tema definido pelos integrantes anualmente. Em 2012 foi escolhido “Os melhores filmes de todos os tempos”, que entoa as canções tema de longas como “Avatar”, “Havaí 5.0” e “Transformers”.
Mas também há espaço no repertório para samba, axé e até rock. A novata “Colorir papel”, além de “Andanças” e de “Aquarela brasileira” são bons exemplos.
Fora o modelo, a influência americana veste os músicos. Como interagem com coreografias, a jaqueta vermelha é mais curta para facilitar os movimentos. Por baixo dela vestem um macacão preto para favorecer a postura corporal ereta e evitar a exposição da barriga. E os sapatos não têm saltos porque a marcha da coreografia é feita “com a ponta do calcanhar”.
- É um treinamento de flexibilidade e de exercícios com as 45 bandeiras que estão na coreografia - diz a coreógrafa da banda, Priscila Ramos.
Um dos frutos que a banda colheu foi Lorena Reis, de sete meses, filha de Diego e Vanessa Reis, que se conheceram nos ensaios
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/zona-oeste/dom-oton-marching-band-uma-banda-de-santa-cruz-atrai-jovens-ao-adotar-estilo-que-mistura-musica-coreografia-5100876.html#ixzz20pK8AlqQ
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