sábado, 15 de setembro de 2012

Com 18 anos, Renan comanda 3 fanfarras


De simples mascote ao mais jovem maestro de fanfarra da região. Renan Maio, 18 anos, estudante de música, estreou em desfiles da Independência aos 2 anos de idade na Fanfamira (grupo da Escola Estadual Amira Homsi Chalella), de Rio Preto. Aos 3, batendo pratos, ele já ganhou posto cativo entre os instrumentistas do grupo. Hoje, dá o tom nas fanfarras de Colina, Pindorama e Urupês.

Renan se lembra com saudade das primeiras ‘pratadas’. “Faltava coordenação ainda, mas o pessoal gostava e aplaudia. Eu me apaixonei por aquilo logo de cara”, conta. A vocação pela música era notada pela família e pelos outros integrantes da fanfarra. Aos dez anos, já era um veterano com experiência em quase todos os instrumentos: prato, caixa, corneta, cornetão, bombardino e tuba.

Foi com esta idade que ele começou a ajudar o pai, José Renato Curti Maio, também maestro, a fazer arranjos e melodias para algumas músicas. Mas após a separação dos pais, há um ano e meio, ele perdeu o parceiro musical, que foi embora para outra cidade. Resolveu então assumir a regência das corporações ao lado da mãe, Josimeire Costa, coreógrafa.

Mesmo jovem, estava preparado para o posto de titular. Estudou muito para conquistar respeito dos outros 150 integrantes das fanfarras que comanda, inclusive com alguns integrantes mais velhos do que ele. “Tenho, no grupo, gente de 8 a 25 anos,” conta. “No começo, foi muito difícil, éramos amigos e alguns não sabiam separar amizade de profissionalismo. Mas agora é bem legal.”

Segundo o regente, que já estuda música há quatro anos, foram noites em claro estudando a posição da batuta e os movimentos de comando. “É uma responsabilidade enorme. Por isso, não podia fazer feio. Quando você é aluno, o objetivo é só tocar. Agora tenho que cuidar de todos, corrigir os arranjos, melodias, além de observar a afinação e postura do grupo.”

Maio também tem duas músicas compostas: uma é ‘El Toro’, interpretada quando a corporação está marchando. A outra é ‘Ilusão’, música erudita para apresentação parada. As duas integram o repertório da Fanfarra Municipal de Colina (Fancol), duas vezes vencedora do Campeonato Paulista de Bandas e Fanfarras (2010 e 2011). “Gosto muito de compor. Do nada, vem uma ideia, gravo no celular, faço a ordem cronológica das melodias e toco no piano. Tá pronto.”

São mais de 100 títulos, entre eles um campeonato nacional, cinco paulistas e dois regionais, além de mais de 20 torneios particulares. “Eu não consigo ficar sem isso. É minha vida.” Renan faz questão de esclarecer que fanfarra não é apenas o ratatá geralmente visto no 7 de Setembro, mas que hoje é considerada praticamente uma orquestra, com pequenas diferenças. “Os julgamentos são muito técnicos e alguns concursos pedem qualidades específicas de orquestras,” diz.


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